MEMÓRIAS
Todo mundo pensa --e eu também-- o que faria se soubesse que este seria o último dia da sua vida. De regra, as respostas mantêm um padrão: faríamos tudo aquilo que gostaríamos de fazer se nossa moral social não nos impedisse de realizar nos dias comuns de nossas vidas, por não estarmos dispostos a arcar com as conseqüências de tais atos. Agora, se soubermos que é o último dia, por quê não? Já disseram, no mínimo, duas músicas:

Anunciaram e garantiram
Que o mundo ia se acabar
Por causa disso
Minha gente lá de casa
Começou a rezar...

Acreditei nessa conversa mole
Pensei que o mundo ia se acabar
E fui tratando de me despedir
E sem demora fui tratando
De aproveitar...
Beijei a boca
De quem não devia
Peguei na mão
De quem não conhecia
Dancei um samba
Em traje de maiô
E o tal do mundo
Não se acabou...

[Assis Valente]
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Meu amor  
O que você faria  
Se só te restasse esse dia?  
Se o mundo fosse acabar  
Me diz o que você faria
Andava pelado na chuva?
Corria no meio da rua?
Entrava de roupa no mar?
Trepava sem camisinha?
Meu amor
O que você faria?
O que você faria?
Abria a porta do hospício?
Trancava a da delegacia?  
Dinamitava o meu carro
Parava o tráfego e ria?
 
[gravada pelo Lenine]

 
Ou seja, no último dia, nos livramos do superego porque não teremos mais conseqüências a serem suportadas. Então, não importam mais as exigências sociais, não importa mais o que os outros vão pensar --se é que isso deveria realmente importar. Fazemos só aquilo que temos realmente vontade. Por isso, eu acho, que essa pergunta é tão freqüente nos jogos adolescentes --ou nem tanto-- de "verdade ou conseqüência". Acho que a resposta sincera a essa pergunta mostra muito do que realmente gostaríamos de ser, se considerados isoladamente, abstraindo a inserção social.

Ou seja, vivendo no mundo em que vivemos, realmente não há liberdade. Impossível ser quem gostaríamos de ser vivendo em sociedade. Afinal, há mecanismos de banimento e exclusão daqueles não enquadrados no valores e normas impostos. Viram, então, porque concordo que só há liberdade sem identidade? Para termos a liberdade desejada, para sermos aquilo que realmente gostaríamos de ser antes do último dia das nossas vidas... só se não tivermos identidade também!! Seria uma vida boa e inconseqüente... A propósito, o que você faria se só te restasse esse dia?
MEMÓRIAS
Eu ando com vontade de chorar. Ao mesmo tempo que tenho tantos motivos capazes de fazer várias pessoas chorarem, não os tenho achado suficientes para mim. Não consigo chorar, mas passo os dias no limite. No limite do stress, no limite da paciência, da loucura, da exaustão física e mental... enfim, no limite das lágrimas que não vêm.
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MEMÓRIAS
Inevitável, dado o último acontecimento, lembrar deste filme que eu simplesmente ADORO!! Dirty Dance. Tenho a edição de colecionador e tudo... O filme é bobinho, eu vi a primeira vez no colégio, mas eu gosto. Enfim... maravilhas da internet: a melhor cena está no youtube. 

Aí vai: http://www.youtube.com/watch?v=WpmILPAcRQo  


* temporariamente não foi possível colocar o vídeo direto aqui...
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MEMÓRIAS
Procurando não sei o quê onde não devia, encontrei algo que fez valer a pena o risco que corri. E, por outro lado, mostrou que talvez o lugar da procura não fosse tão errado assim...
 
"Aos que trazem coragem a este mundo, o mundo precisa quebrá-los, para conseguir eliminá-los, e é o que faz. O mundo os quebra, a todos; no entanto, muitos deles tornam-se mais fortes, justamente no ponto onde foram quebrados. Mas aos que não se deixam quebrar, o mundo os mata. Mata os muito bons, os muito meigos, os muito bravos -- indiferentemente."

[Ernest Hemingway]