MEMÓRIAS
Final de ano. Esperei até o último dia do último mês de 2009 para postar algo. Pensei no ano que passou e não gostei de boa parte dele. Mas foi um ano emblemático e decisivo em vários aspectos. Num balanço, o que se destaca de positivo é a formatura, o blog e as várias amizades que se contruíram, se mantiveram e se fortaleceram. Mas, inevitável concluir que o saldo foi negativo. Foi um ano de muitas perdas e de decisões que até hoje não sei se foram corretas...

Assim foi que comecei a pensar em falhas. Em coisas que deram errado. Será que todo erro traz em si uma lição? Carrie Bradshaw já se perguntou isso antes. Às vezes um erro é só um erro e não serve para mais nada além de ser um erro que provavelmente será cometido várias outras vezes. Ou seja, nem sempre um erro traz como conseqüência lógica uma lição. Nem mesmo a mais simples das lições: não cometer o mesmo erro duas vezes. Afinal, nem tudo na vida encerra uma lição em si.

Mas, alguns erros provocam, no mínimo, que se repense a contratação do confeiteiro. No buteco da net achei umas fotos ótimas que demonstram até onde vai a tosquice do ser humano. Aí embaixo vai a melhor delas:






















Não entenderam? Bom... era para o confeiteiro copiar uma foto que estava salva no pendrive. Em vez disso ele fez o que? Copiou o próprio pendrive!!!! Hehehehe!!!

Bom... com essa termino 2009 e que venha 2010!!!

Mas venha rápido, porque não aguento mais esse ano!!!!!!

MEMÓRIAS
SUGESTÃO: LEIA O PRIMEIRO CONTO E O SEGUNDO CONTO ANTES, OU NÃO...


Por que no natal? Por que as pessoas voltam no natal, se desculpam no natal? Enfim... Será a proximidade com o fim do ano? Será a religiosidade da data? Mas ela não era religiosa.... não que eu soubesse. Então, por que no natal?

Assim foi que, em uma véspera de natal, ouvi a campainha estridente tocar. A mesma campainha que cerca de três anos antes fiz silenciar ao copiar as chaves para Carol. Agora, Carolina voltou a tocar a campainha. Abri a porta e lá estava ela, parada. Olhos tristes como eu nunca havia visto antes. Nem quando ela foi embora há quatro meses e dois dias. Não. Naquela vez, pareciam que ter um brilho de aventura, descobertas, novidade. Hoje, estão apenas tristes.

Mandei-a entrar. Sem beijo, sem abraço. Como se ela tivesse voltado rapidamente apenas para buscar algo que esqueceu. Estava eu, já atrasado, terminando de me arrumar para ir a casa de minha mãe. Natais são sempre com a família. Sempre. E ela sabia disso. De toda forma, lembrei-a que eu tinha pressa. Até então ela não havia dito coisa alguma. Entrou e permaneceu parada enquanto eu corria de um lado a outro do apartamento quarto-e-sala como que ignorando sua presença.

Tirei a bermuda de ficar em casa –afinal, ela já tinha visto tantas vezes antes essa cena, não vi porque não o fazer. Ela permanecia parada. Coloquei o terno sem casaco. E ela parada. Não perguntei o que queria e pedi que ajudasse a dar o nó na gravata. Ajudou. Disse-me, então, que tinha vindo buscar algo que esqueceu. Lembrei-me, na hora, com raiva, da camiseta vermelha que eu tanto gosto. Achei que ela a tinha deixado para mim. Não acredito que, justo no natal, ela viria buscar.

Perguntei, já bravo, o que era. Ao que ela respondeu que buscava pelos batimentos fortes de seu coração. Disse que os procurou em toda parte e não os encontrou. Aí parou para pensar e concluiu que o último lugar que os havia visto era aqui, desde o momento em que entrou [meio sem querer] pela primeira vez em minha casa. Atônito, só conseguia me concentrar nas lembranças que surgiam em flashes a minha frente. Fragmentadas, contando histórias de todo o tempo desde que conheci Carol. Passaram como um filme. Mas com partes sublinhadas tal qual um bom livro.

Lembrei quando a vi pela primeira vez na casa de praia de um amigo. Maurício me convidou para passar uma semana na casa de sua família, na praia do Rosa, Santa Catarina. Nunca tinha ido para lá. Não gostava da falta de estrutura da cidade e não gostava do nome da cidade. Lembrava-me de Rosa. Como não tinha coisa melhor para fazer e a viagem era econômica, fui. Ele havia reunido uma turma relativamente grande, dois casais, duas mulheres solteiras –dentre as quais Carolina estava incluída–, ele e eu.

Fomos todos de carro. Em mais de um. A viagem não é curta, o Rosa fica há umas cinco horas de Porto Alegre, mas a comodidade de ter um carro por lá compensava. Naturalmente, quando cheguei, os quartos já estavam todos distribuídos. Era um terreno grande onde estavam construídas duas casas: uma principal, outra de hóspedes. Assim foi que, os solteiros, naturalmente, ficaram na casa maior. Quatro quartos. Um para cada um. Do meu, via-se a praia.

Daqueles amigos dele, eu conhecia apenas um dos casais e Maria –a outra solteira–, todos da redação do jornal que, uma vez por mês, publicava meus artigos. Fui apresentado, de pronto, a Carolina que, mais rapidamente do que nossa intimidade permitia, se tornou Carol. Ela era meia-irmã de Maurício, filha do segundo casamento de seu pai. Cabelos lisos, castanhos, olhos cor de mel que às vezes ficavam verdes, pele de uma brancura incompreensível se comparada ao bronzeado de seu irmão. Estudava teatro na UFRGS e não sabia o que queria da vida. Só sabia que, naquele momento, queria estudar teatro.

Na primeira noite, resolvemos cozinhar algo em casa. Estava muito tarde e muito frio para sairmos. Tínhamos o mais importante: vinho, amendoins e salgadinhos. Essa foi a janta. Obviamente, em pouco tempo estávamos todos com aquela leveza própria de taças de vinho ingeridas quase em jejum. Todos eram amigos, a vida era maravilhosa, as histórias mais íntimas tornavam-se públicas em questão de segundos. Jogo da verdade, disse Maurício. Carol concordou ressaltando que só valiam verdades, nada de conseqüências. Todos toparam. Começamos com perguntas banais sobre a quantidade de transas ou de melhores lugares para sexo; que foram seguidas de reflexões mais profundas: o que tu esperas de um relacionamento? O que esperas da vida ou o que a vida pode esperar de ti?

Aí começaram os problemas. As esperanças de Flávio não coincidiam com as ambições de Roberta e ela saiu da brincadeira. Ao que, obviamente, se seguiu a saída dele. A fim de evitar conflitos semelhantes, Paula e Renato também se retiraram e foram para a casa de hóspedes. Restaram, assim, nós –os solteiros–; agora com conseqüências, que não valiam entre Maurício e Carol, por óbvio. Errando uma pergunta, beijei Maria. Errando outra, Maurício beijou Maria. Acertando seus gostos, adivinhando sua história e querendo seu futuro, beijei Carol. E beijei Carol pelos dois dias que se seguiram. E pelas cinco horas que nos separavam de Porto Alegre. E pelo resto da semana em que não nos separamos.

Assim, conheceu pela primeira vez meu apartamento. Onde levou mais de ano para voltar. Descobriu ter sido aprovada para cursar dois semestres em uma universidade argentina –parece que a escola de teatro é boa por lá. Nesse ano sem Carol, ela voltou a ser Carolina e eu tornei-me namorado de Maria. Sim, a mesma Maria da redação, da praia, da casa, do jogo, do beijo. Mas ela era muito nova, não sabia o que queria da vida e, afinal, Carolina estava de volta querendo voltar a ser Carol.

Voltou. Entrou novamente em meu apartamento. Chegava todas as sextas, tocava a campainha estridente e saía todas as segundas. Até que numa sexta eu não agüentei mais ouvir aquele som estridente e copiei minhas chaves para Carol. Na outra sexta ela entrou silenciosamente e não foi embora na segunda. Ficou.

Ficou por tempo suficiente para que me ensinasse a importância da iluminação para uma peça de teatro e o que significa a fotografia que é premiada no Oscar. Ficou para saber que eu só escrevo sob pressão e que anoto nos rascunhos de mensagens do celular cada vez que tenho uma idéia nova, porque não sei usar as notas rápidas do smartphone. Ficou o suficiente para querer reformar a casa, abrir uma cozinha americana e pintar a sala de verde. Ficou para chorar no meu colo o infarto fulminante da tia de quem tanto gostava. E para ver meu sorriso mais sincero ao aplaudir sua estréia no Theatro São Pedro com casa cheia.

Tudo isso passou em minha mente em menos de meio segundo. Só que os flashes pararam. Pararam quando me lembrei da alegria em seus olhos ao trancar a faculdade e ir embora com um diretor para a Espanha. Lembrei-me da noite que não voltou para casa e que eu a procurei por todos os hospitais da cidade durante toda a madrugada. Lembrei-me de quando ela resolveu que não dormiria mais em nossa cama. Lembrei-me dos sussurros ao telefone quando falava com não-sei-quem. Lembrei o quanto emagreci nos dias que seguiram àquele em que surpreendi sua boca em outra boca e suas malas no corredor.

Nessa véspera de natal, seus olhos estavam tristes como eu nunca havia visto. Talvez como os meus devem ter ficado com sua ausência. Perguntei por que no natal. Ao que ela respondeu não.


- Não vim pelo natal. Na verdade, já estou atrasada.


Parou, passou a mão por entre os cabelos, prendeu-os num nó e continuou.

- Vim pelos quatro meses e dois dias que não sinto meu coração bater como antes. Queria ter vindo anteontem. Não tive coragem. Cheguei até a esquina, mas quando lembrei que não poderia colocar o carro na garagem e que teria que voltar a tocar a campainha, desisti. Ontem, nem consegui sair da cama pensando que se eu viesse aqui e você me chamasse de Carolina seria o meu fim. Você chamou.

Carolina agora falava você. Não sei como quatro meses na Espanha a fizeram falar você. Nunca fui atingido por grandes gestos de amor. Eles sempre me soaram falsos. E mais falsos ainda vindos de uma atriz. Disse que eu já estava atrasado para a festa e perguntei se Carolina tinha encontrado o que procurava. Nem esperei sua resposta e saí apressado. Entramos no elevador, apertei o térreo para ela e a garagem para mim. Abri a porta. Ela saiu. Sem abraço, sem beijo, sem os batimentos fortes que buscava.

Fiquei na casa de minha mãe até umas duas horas. Voltei ao apartamento. Encostada na porta estava Carolina. Seus olhos agora não eram mais tristes. Eram desesperados. Molhados, tornaram-se quase verdes. Me abraçou. O abraço mais forte que já havia sentido em toda a vida, até então. Abri a porta, abri um vinho e propus: jogo da verdade! Carol topou. Assim, sentada no tapete que ela mesma tinha escolhido, disse-me que às vezes o que define um relacionamento é outro relacionamento. Precisou ver seu coração quase parar para perceber o quão forte ele batia.

Com isso eu esqueci aquela alegria que vi em seus olhos no dia em que sua boca tocou outra boca. Esqueci os sussurros ao telefone, os sumiços e todo o resto. Só aí percebi que meu coração também andava meio fraco. Afinal, ele estava se recuperando de uma queda de três andares. Percebi que seu abraço, sua tristeza, seu pranto e suas palavras reconectaram todas as veias e artérias do meu coração.

Levantei. Peguei Carol pela mão e levei-a de volta para a cama de onde nunca quis que ela tivesse saído. Toquei sua boca com a minha boca e seu corpo com meu corpo, num abraço mais forte ainda. Assim, nossos batimentos acertaram o compasso novamente e, juntos, voltaram a bater forte. Assim, a campainha não soou mais estridente. Que bom que foi no natal, em tempo para o reveillon...




MEMÓRIAS
Li estes dias que poesia é para corações tristes... Não sei se concordo com isso. Mas que momentos de maior incerteza, tristeza, saudade ou qualquer outro sentimento conflituoso são muito mais produtivos, ah são!!! Corações tristes produzem histórias belas, músicas belas, filmes belos. E, surpreendentemente, nem sempre essas obras originadas no caos são igualmente caóticas e tristes. Mas às vezes são. Veja-se o filme ANTICRISTO. Excelente produção cinematográfica originada de uma crise de depressão profunda do diretor.

Acho que a tristeza é mais produtiva que a felicidade porque obriga as pessoas a olharem para dentro. Incita a reflexão. Se a felicidade é o objetivo da vida de todos os seres humanos, o fato de não se estar feliz conduz à busca dos motivos dessa não-felicidade. E eles, normalmente, são encontrados internamente. Agora, quando se está feliz... olhar para dentro por quê?! Afinal, o exterior reflete que é uma beleza o interior de alegria. E, nesses momentos, nem tempo se tem para escrever, compor e seja lá qual a forma de expressão.
Então, eu reescreveria a frase sem o adjetivo. Parece-me melhor: poesia é para corações. Aí cada um acrescenta o adjetivo que quiser.... Hoje, escolho que poesia é para corações sensíveis.

MEMÓRIAS

Navegando pela rede, achei essa imagem de uma campanha publicitária para promover a leitura. O máximo!!!!

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MEMÓRIAS

"Estou atrás do que fica atrás do pensamento. Inútil querer me classificar: eu simplesmente escapulo. Gênero não me pega mais. Além do mais, a vida é curta demais para eu ler todo o grosso dicionário a fim de por acaso descobrir a palavra salvadora. Entender é sempre limitado. As coisas não precisam mais fazer sentido. Não quero ter a terrível limitação de quem vive apenas do que é possível fazer sentido. Eu não: quero é uma verdade inventada. Porque no fundo a gente está querendo desabrochar de um modo ou de outro."

Clarice Lispector

MEMÓRIAS

Nunca pensei na ditadura militar brasileira como uma história de vencidos e vencedores. Mas, segunda-feira fui obrigada a refletir sob esta ótica. Se pensarmos o que tocou de conseqüências para cada lado (agentes da repressão e opositores ao regime), realmente, forçoso concluir que eles --os agentes-- venceram. Os presos políticos foram libertados, as indenizações têm sido pagas pelo Estado. Os torturadores continuam livres e mal se começa a pensar que eles não foram anistiados --e realmente não foram... mas parece que pouca gente sabe disso. E a OAB só lembrou no final do ano passado quando ingressou com a ADPF  (Argüição de Descumprimento de Preceito Fundamental) que ganhou o número 153 no STF.

Pior: o discurso de que a anistia acabou e que não se pode punir os crimes praticados durante o regime de exceção pelos agentes da repressão está tão arraigado na sociedade brasileira que chegou ao ponto de termos nós que provar que o texto da Lei n.º 6.683/79 não diz nada disso. Eles estão confortavelmente recebendo seus salários e aposentadorias integrais; nós seguimos lutando por uma anistia que --na prática-- demora, quando vem. Por indenizações que ainda ouvimos ser abusivas e indevidas.

E o direito ao esclarecimento? À verdade? E os arquivos continuam fechados. E o Brasil é o único país da América Latina que nada fez e nada faz. A Argentina declarou a inconstitucionalidade de suas leis de auto-anistia aos torturadores. Eles, lá, estão presos. O Uruguai idem. Aqui, NADA! Só essa passividade, catarse social equivocada que impede o país até mesmo de discutir; porque quase ninguém se interessa mesmo. Afinal, isso já acabou e está mais do que consolidado em seu local: no passado.
No conjunto, acho que eles são os vencedores e nós, os vencidos.
Sempre que penso sobre este assunto --que, aliás, tem dominado meus estudos recentes porque me tocou de uma forma incrível, como há muito não acontecia-- fico profundamente triste em ser brasileira. Incomoda-me muitíssimo viver em uma país cuja realidade extra-muros da universidade é do esquecimento de sua própria história. Uma história que [parece] só quem faz História quer lembrar.

Mas, na ADPF que tramita no STF --visando à exclusão de crimes de tortura, desaparecimentos e todos os demais praticados por eles do conceito de crime conexo a crime político--, diversas entidades apresentaram requerimentos e manifestações na condição de amicus curia; o amigo da corte --que intervém no processo prestando informações relevantes. A primeira delas foi a Associação dos Juízes Pela Democracia. Agora, esta mesma entidade elaborou um Manifesto contra a Anistia aos Torturadores que será remetido ao Ministro Presidente do STF. Este documento está aberto para assinatura de qualquer interessado, basta fornecer nome, e-mail e profissão. Só. O link está aí em cima no texto!!!

ASSINEM!!! ASSINEM!!!!
MEMÓRIAS
O objetivo de punir a discriminação é reconhecer uma espécie de proteção especial àqueles que são reiteradamente excluídos da sociedade em geral, independente do motivo. Assim, há muito tempo a discriminação racial foi alçada à categoria de crime, inafiançável --diga-se de passagem. Todavia, existem vários outros grupos que mereceriam a mesma proteção dispensada pelo Estado: mulheres, idosos e, principalmente, homossexuais.

Em 2001 foi apresentado na Câmara pela Deputada Iara Bernardi (PT-SP) projeto de lei visando à alteração da Lei n.º 7.716/89 e do Código Penal, no que tange aos crimes de discriminação ou preconceito. Esta Lei --com as alterações de 97-- prevê punições especificamente em razão da discriminação de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional. Este projeto de lei pretende a ampliação do rol dos discriminados, para incluir punição também à discriminação de gênero, sexo, orientação sexual e identidade de gênero. Tramitou na Câmara, foi aprovado e, então, remetido ao Senado em 2006.
No Senado, ganhou o número 122. Foram apresentados substitutivos ampliando ainda mais o rol: origem, condição de pessoa idosa e com deficiência. Foram realizadas diversas audiências públicas e, enfim, teve paracer favorável da Comissão de Assuntos Sociais. Retornou, pois, para a Comissão de Direitos Humanos --que já tinha parecer favorável da relatoria, mas que não chegou a ser apresentado, posto que retirado de pauta para realização das audiências públicas e, depois, para análise da Comissão de Assuntos Sociais. Permanece na Comissão de Direitos Humanos aguardando parecer... ou a realização de mais audiências públicas.

Bom... isso foi só a introdução do que eu queria falar hoje. Recentemente, em novembro deste ano, o Senado formulou uma enquete no seu site a fim de "descobrir" qual a opinião do público sobre o assunto. Enfim, os movimentos gays mobilizaram-se para a votação maciça na tal enquete, a fim de apoiar a aprovação do projeto. Aliás, manifestaram-se, inclusive, no próprio projeto com protocolo de diversos requerimentos. Circulou e-mail na internet conclamando todos a votarem na enquete, diversos sites incluíram link que direcionava à página do Senado, etc etc. Todavia, ocorreu o óbvio: a "maioria" dos votantes é contra a aprovação do projeto. É claro que é contra!!!!

Não vou nem comentar, aqui, as razões que obviamente motivaram esta enquete. Mas, alguns questionamentos ficam: sabendo que grupos religiosos --principalmente evangélicos-- são radicalmente contra o projeto; sabendo que estes mesmos grupos tem ampla penetração social; sabendo que esses mesmos grupos fazem o que o pastor manda... quem "ganharia" a enquete??? A quem interessa a realização da enquete? Quais os interesses econômicos envolvidos na aprovação ou rejeição do projeto?!

Enfim... a enquete acabou. Mas o projeto ainda não foi votado. É de extrema importância que se acompanhe seu andamento. Não podemos, ainda, em 2009, ver chanceladas condutas discriminatórias que contrariam frontalmente as previsões constitucionais!!! Não podemos, seja lá porque motivo for, restringir a liberdade de opção sexual de cada cidadão. Lembre-se que há menos de 30 anos atrás "mulher separada" era sinônimo de vagabunda. Homossexualismo não é doença, não é distúrbio de conduta e não é menos digno de receber proteção especial contra atos de preconceito e discriminação do que religião ou cor. Ao contrário. É cada vez mais necessária essa proteção!!!!! Abaixo, então, a notícia da Agência do Senado sobre o resultado da enquete:


ESPECIAL 01/12/2009 - 11h46
51,54% são contra projeto que pune discriminação contra homossexuais, idosos e deficientes
A maioria dos internautas que votou na enquete do mês de novembro da Agência Senado se posicionou contra a aprovação do PLC 122/06, que torna crime a discriminação contra idosos, deficientes e homossexuais. Do total, 51,54% foram contrários à proposta e 48,46% a favor. A enquete recebeu 465.326 votos, e foi a que mais mobilizou votantes desde que esse tipo de consulta foi criado.
(Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)
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MEMÓRIAS
Um dia, eu tive duas opções: escolher entre 'love' e 'money'. Guess what? I choose money. Neste mesmo dia eu tirei minha última foto com a pessoa da qual eu mais sinto saudade... e eu sei que vou sentir assim para sempre. Depois disso, eu sempre pensei que se tivesse escolhido 'love' talvez eu tivesse encontrado um 'amor'. Mas hoje... hoje eu pensei que se tivesse escolhido 'love' talvez, just maybe, eu ainda tivesse o 'amor' que eu já tinha ainda na minha vida.
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MEMÓRIAS


"Ninguém tem o coração verdadeiramente aberto até que ele tenha sido partido."

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MEMÓRIAS
Ela sempre acordava primeiro. Tocava o despertador e eu fingia que não ouvia. Ela abria uma fresta da janela. Daquelas persianas que abrem para cima. Entrava um pouco de luz, ainda mais porque a cama ficava bem em frente. Aí ela dizia para eu começar a acordar e entrava no banho. Saía do banho e eu continuava na cama. Ouvia o barulho do secador. Quando ela voltava para o quarto eu, ainda na cama, ficava só olhando ela se arrumar toda. Perfumes, maquiagens, brincos, colares. Tudo eu queria fazer igual a ela. Chegávamos na cozinha e o café já estava pronto. Ela preparava meu pão e me obrigava a comer, mesmo eu dizendo que não comia pão de manhã. Na verdade, não comia pão em momento algum. Nunca gostei. Daí saíamos juntas para o trabalho. 

No fim da tarde, quando eu chegava primeiro, esperava por ela deitada naquelas cadeiras reclináveis que fazem massagem quando acionado o controle-remoto. Assistia TV e comia castanhas. Aí ela chegava. Dava risada e dizia que a casa dela definitivamente era meu sonho de consumo. Eu sempre respondi que sim. E eu sentia que sim. Então conversávamos por horas, jantávamos e íamos dormir. E eu sempre negociava para que a TV ficasse ligada. Não consigo dormir se a TV não estiver ligada. E não adiantar ligar o rádio. Se for rádio, eu não durmo porque na minha loucura não posso perder a próxima música. Afinal, a próxima música pode mudar minha vida --e pode mesmo. 


E era sempre assim. Mas hoje não foi assim. Eu dormi com a TV ligada na sala. Acordei e não consegui mais dormir. Continuei vendo TV até não ter mais nada para ser visto. Muitas horas depois fui sozinha para o quarto. Liguei a TV do quarto também. Não precisei negociar nada com ninguém. Dormi. Acordei sozinha. Sem despertador. Ninguém abriu uma fresta da janela. Não tinha barulho de secador e nem cheiro de perfume. Na verdade, eu custei até para achar uma pasta de dentes no banheiro. Na cozinha, o café não estava pronto e ninguém preparou meu pão. Eu mesma fiz um chá e comi um pão sem manteiga, sem geléia, sem coisa alguma. Agora eu como pão de manhã. Tinha a louça da minha janta na noite anterior. Que eu fiz sozinha e comi sozinha. Lavei e fui trabalhar. Sozinha. 


A casa dela, definitivamente, não é mais meu sonho de consumo. Na real, eu percebi que nem gosto da decoração tanto quanto eu gostava antes. A cadeira reclinável não tem mais graça e mesmo que eu comesse castanhas não haveria propósito de ficar ali. Afinal, ela não vai chegar. Percebi que o lance todo era ela. O que tornava a casa dela meu sonho de consumo era porque era dela. Porque ela estava lá. E não está mais. Essa foi a primeira noite normal que eu dormi na casa dela sem ela. Levei quase quatro anos para fazer isso. Achei que seria tranqüilo. Nem tanto.
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Eu estava conversando ontem com umas amigas, eis que uma delas, contando uma história, disse que disse a alguém: "... não sabe naaaaada da vida!!!" Pelo simples fato daquela pessoa não conhecer coisas antigas. Digo antigas de 30 anos atrás. Enfim, concordo e não concordo com essa conclusão. Inclusive já falei sobre isso aqui em pelo menos outra oportunidade. Mas o engraçado é que hoje recebi um e-mail que tem tudo a ver com isso. Não sei a autoria do texto, por isso, posto 'anônimo'.

"E tudo mudou... 
O brilho virou gloss 
O rímel virou máscara incolor 
A Lycra virou stretch 
Anabela virou plataforma 
O corpete virou porta-seios 
Que virou sutiã 
Que virou lib, que virou silicone 
A peruca virou aplique, interlace, megahair, alongamento 
A escova virou chapinha 
'Problemas de moça' viraram TPM 
Confete virou MM 
A crise de nervos virou estresse 
A chita virou viscose. 
A purpurina virou gliter 
A brilhantina virou musse 
Os halteres viraram bomba 
A ergométrica virou spinning 
A tanga virou fio dental 
E o fio dental virou anti-séptico bucal 
Ninguém mais vê... 
Ping-Pong virou Babaloo 
O a-la-carte virou self-service 
A tristeza, depressão 
O espaguete virou Miojo pronto 
A paquera virou pegação
A gafieira virou dança de salão 
O que era praça virou shopping 
A areia virou ringue 
A caneta virou teclado 
O long play virou CD 
A fita de vídeo é DVD 
O CD já é MP3 
É um filho onde éramos seis 
O álbum de fotos agora é mostrado por email 
O namoro agora é virtual 
A cantada virou torpedo 
E do 'não' não se tem medo 
O break virou street 
O samba, pagode 
O carnaval de rua virou Sapucaí 
O folclore brasileiro, halloween 
O piano agora é teclado, também 
O forró de sanfona ficou eletrônico 
Fortificante não é mais Biotônico 
Bicicleta virou Bis 
Polícia e ladrão virou counter strike 
Folhetins são novelas de TV 
Fauna e flora a desaparecer 
Lobato virou Paulo Coelho 
Caetano virou um chato [nem tanto] 
Chico sumiu da FM e tv 
Baby se converteu
RPM desapareceu 
Elis ressuscitou em Maria Rita? 
Gal virou fênix 
Raul e Renato, Cássia e Cazuza, Lennon e Elvis, 
Todos anjos 
Agora só tocam lira... 
A AIDS virou gripe 
A bala antes encontrada agora é perdida 
A violência está coisa maldita! 
A maconha é calmante 
O professor é agora o facilitador 
As lições já não importam mais 
A guerra superou a paz 
E a sociedade ficou incapaz... ... de tudo. 
Inclusive de notar essas diferenças."
MEMÓRIAS

E, de repente assim, a gente fica feliz. É o mar, o sol, a areia, as montanhas, a música, a dança, a boa companhia, a comida, a bebida, a história.... Tudo ao mesmo tempo e nada especificamente.


Para mim, é impossível não ser feliz em alguns lugares. O Rio é um deles. Não sei bem o porquê, mas essa cidade tem um poder sobre mim que é incrível. Me fascina por demais. Acho que a palavra correta é essa mesmo: fascínio. É muito bom!!!





















MEMÓRIAS
Acho que temer sair de casa pensando na próxima 'desgraça' que ocorrerá é o começo do fim do otimismo.
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Eu vi essa foto há um tempão atrás num blog que agora eu não vou conseguir lembrar. Copiei (não tenho como referir os créditos porque não constavam... enfim). Mas, como sou meio tosca com essas tecnologias internéticas, só agora aprendi como adicionar uma foto. Vejam: eu consegui adicionar vídeos antes de adicionar fotos!!! Incrível, não?! Aí vai, então, a primeira foto --que, aliás, também é tosca... mas eu achei engraçada na hora. Repensando... nem é tão digna assim de vir para o blog. Mas, o que é digno do blog?! Até porque os blogs, em geral, são um exemplo de democracia. Qualquer um pode postar qualquer coisa!!! Bom.... a foto:
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"People have all kinds of feelings, it doesn't mean we're supposed to act on them!"
MEMÓRIAS
Vocês já viram um sapato, um único pé, perdido no meio da rua? Claro que sim! É uma coisa que está por toda cidade. Não sei o porquê. Mas está. A gente pensa que o sapato rebentou ou cansou do seu dono... sei lá... qualquer coisa. Agora, vocês já viram um par de sapatos bem no meio da rua --que não era nem esquina? Hoje eu vi. Não parecia simpatia, despacho ou outro afim. Era só um par de sapatos iguais atados bem no meio da rua. Fiquei pensando: será que foi a forma de alguém dizer para o mundo que achou seu par? Em meio a tantos sapatos solitários que vagam --ou são empurrados e chutados-- pela cidade, algum achou seu par. E atou-se a ele. Quisera fosse eu.
MEMÓRIAS
Eu sempre fiz tudo que eu achava que era "certo" e tudo deu errado. Talvez se eu começar a fazer tudo que penso ser "errado" --mas que sempre quis fazer-- as coisas comecem a dar realmente certo. Não gosto de pensar que as coisas acontecem por um motivo, pois isso seria acreditar em destino --e eu não acredito--, mas, inevitável pensar, no momento em que me encontro, que, talvez, a vida queira me dizer para mudar de direção. Na verdade, sou eu quem quer me dizer para mudar de direção... mas é mais poético colocar a culpa e a responsabilidade na vida. Sei lá... estou sentindo que, pela primeira vez, de forma concreta, realmente tenho meu futuro à minha frente e a possibilidade de ser --por um tempo-- exatamente quem eu quero ser. 

Será que vale a pena arriscar tudo para viver algum tempo como se quer? Será que vale a pena arriscar tudo para viver por muito tempo como não se quer? Aguardemos cenas dos próximos capítulos... que nunca estiveram tão perto de ser fora de Porto City!!!! Afinal... o que me prende aqui? um amor? um trabalho? um estudo? acho que não...
MEMÓRIAS

"A esperança é a droga que devemos largar ou é a que nos mantém vivos?? Afinal, que mal há em acreditar?!" Ouvi esta frase num seriado e fiquei pensando... Novamente, a questão posta aqui é sobre as várias formas de vermos e vivermos a vida. Otimismo? Pessimismo? Realismo? Só que dessa vez o questionamento vai além: cada vez mais tenho achado que a mesma pessoa pode encarar cada aspecto de sua vida de forma diferente. Otimista com o trabalho, pessimista com relacionamentos. Não é contraditório? Claro que sim!!! Mas os seres humanos são assim mesmo. O que vocês acham? [jura que alguém lê... hehehehehe!]
MEMÓRIAS
Todo mundo pensa --e eu também-- o que faria se soubesse que este seria o último dia da sua vida. De regra, as respostas mantêm um padrão: faríamos tudo aquilo que gostaríamos de fazer se nossa moral social não nos impedisse de realizar nos dias comuns de nossas vidas, por não estarmos dispostos a arcar com as conseqüências de tais atos. Agora, se soubermos que é o último dia, por quê não? Já disseram, no mínimo, duas músicas:

Anunciaram e garantiram
Que o mundo ia se acabar
Por causa disso
Minha gente lá de casa
Começou a rezar...

Acreditei nessa conversa mole
Pensei que o mundo ia se acabar
E fui tratando de me despedir
E sem demora fui tratando
De aproveitar...
Beijei a boca
De quem não devia
Peguei na mão
De quem não conhecia
Dancei um samba
Em traje de maiô
E o tal do mundo
Não se acabou...

[Assis Valente]
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Meu amor  
O que você faria  
Se só te restasse esse dia?  
Se o mundo fosse acabar  
Me diz o que você faria
Andava pelado na chuva?
Corria no meio da rua?
Entrava de roupa no mar?
Trepava sem camisinha?
Meu amor
O que você faria?
O que você faria?
Abria a porta do hospício?
Trancava a da delegacia?  
Dinamitava o meu carro
Parava o tráfego e ria?
 
[gravada pelo Lenine]

 
Ou seja, no último dia, nos livramos do superego porque não teremos mais conseqüências a serem suportadas. Então, não importam mais as exigências sociais, não importa mais o que os outros vão pensar --se é que isso deveria realmente importar. Fazemos só aquilo que temos realmente vontade. Por isso, eu acho, que essa pergunta é tão freqüente nos jogos adolescentes --ou nem tanto-- de "verdade ou conseqüência". Acho que a resposta sincera a essa pergunta mostra muito do que realmente gostaríamos de ser, se considerados isoladamente, abstraindo a inserção social.

Ou seja, vivendo no mundo em que vivemos, realmente não há liberdade. Impossível ser quem gostaríamos de ser vivendo em sociedade. Afinal, há mecanismos de banimento e exclusão daqueles não enquadrados no valores e normas impostos. Viram, então, porque concordo que só há liberdade sem identidade? Para termos a liberdade desejada, para sermos aquilo que realmente gostaríamos de ser antes do último dia das nossas vidas... só se não tivermos identidade também!! Seria uma vida boa e inconseqüente... A propósito, o que você faria se só te restasse esse dia?
MEMÓRIAS
Eu ando com vontade de chorar. Ao mesmo tempo que tenho tantos motivos capazes de fazer várias pessoas chorarem, não os tenho achado suficientes para mim. Não consigo chorar, mas passo os dias no limite. No limite do stress, no limite da paciência, da loucura, da exaustão física e mental... enfim, no limite das lágrimas que não vêm.
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MEMÓRIAS
Inevitável, dado o último acontecimento, lembrar deste filme que eu simplesmente ADORO!! Dirty Dance. Tenho a edição de colecionador e tudo... O filme é bobinho, eu vi a primeira vez no colégio, mas eu gosto. Enfim... maravilhas da internet: a melhor cena está no youtube. 

Aí vai: http://www.youtube.com/watch?v=WpmILPAcRQo  


* temporariamente não foi possível colocar o vídeo direto aqui...
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MEMÓRIAS
Procurando não sei o quê onde não devia, encontrei algo que fez valer a pena o risco que corri. E, por outro lado, mostrou que talvez o lugar da procura não fosse tão errado assim...
 
"Aos que trazem coragem a este mundo, o mundo precisa quebrá-los, para conseguir eliminá-los, e é o que faz. O mundo os quebra, a todos; no entanto, muitos deles tornam-se mais fortes, justamente no ponto onde foram quebrados. Mas aos que não se deixam quebrar, o mundo os mata. Mata os muito bons, os muito meigos, os muito bravos -- indiferentemente."

[Ernest Hemingway]
MEMÓRIAS
Agora é só esperar para ver no que dá... Positive vibrations!!!
MEMÓRIAS
As pessoas adoram dizer que concordam com aquela idéia de que somos inteiros e que não precisamos de ninguém que nos complete. E acho que, conscientemente, realmente concordam. Mas, sentimentalmente, não. Em dias de chuva, pensam em como seria bom estar com alguém assistindo um filme em casa, embaixo das cobertas; em dias de sol, pensam em como seria bom estar com alguém tomando um chimarrão no parque... Ou seja, em todos os dias seria bom ter alguém...
 
Mas, não somos a exceção, somos a regra. Então, não basta desejar que alguém apareça justamente na nossa vida, pois isso não acontece. Parece que para algumas pessoas as coisas acontecem e para outras não. Fadadas, estas, à solidão? Não sei. É possível ser feliz sozinho? Acho que sim. Mas com uma coisa tenho que concordar: é uma droga querer alguém e não ter... mesmo que este alguém nem seja uma pessoa específica, seja simplesmente "alguém". Mas onde procurar? Ou melhor, onde encontrar? Porque procurar as pessoas todas procuram nos mesmos lugares --balada, boteco, restaurante, faculdade, trabalho-- o problema é achar. Mas aí está a questão: cada vez mais acredito que relacionamentos desse tipo (mais duradouros) acontecem para algumas pessoas... e, para outras, não. Simples assim: NÃO acontece! E

por que será isso? Não adianta, não se tem resposta para tudo na vida. Isso é umas das coisas que ficam sem resposta. Mas eu tenho um palpite: acho que é como um "dom" que algumas pessoas têm e outras não. Afinal, temos diversas características bem específicas que definem nossa personalidade e, algumas delas, são esses tais de "dons" que alguns tem... como saber desenhar, tocar algum instrumento, ser bom em matemática, etc. Quando eu estava no colégio, por mais que eu me esforçasse nas aulas de artes, os meus desenhos ficavam direitinhos depois de horas e dias de trabalho, mas eram nada se comparados aos desenhos que uns colegas faziam em 15 minutos. E o que é isso? Dom. Que eles tinham, e devem ter até hoje, e eu nunca tive. E não tem esforço que supere a ausência de um dom.
 
Algumas das características que nos definem são construídas por nós mesmos ao longo da vida, mas muitas coisas as pessoas simplesmente são e não adianta tentar mudar. E dom é dom, ou se tem ou não. Resta-nos, pois, resignadamente, aprender a viver da forma como somos, com ou sem o tal "dom".
MEMÓRIAS
Essa semana ouvi duas coisas que, somadas, fizeram sentido para mim. A primeira, foi uma música horrorosa que ouvi na oficina mecânica enquanto esperava que dessem um jeito no meu carro para que eu pudesse voltar a Porto Alegre, dizia assim (e eu anotei...): "ficar sozinho não rola, mas amor não se implora... nem se joga fora". Passou a semana toda e, hoje, assisti um filme francês bem legalzinho (mas também não é assim tão bom que mereça recomendações), "La Belle Personne", que passou no Brasil como "La Belle June". Eu vou contar o final do filme, então, quem não quiser saber, pare de ler agora (jura que alguém realmente lê... hehehe).

Ela, a June, achou que estava apaixonada pelo cara errado, embora o sentimento dele fosse recíproco --também estava apaixonado, só que ele achava que ela era a mulher certa. Ela ficou com medo de que esse amor não durasse para sempre, porque sabia que nada dura. Então, como forma de eternizar esse sentimento, ela foi embora, mudou-se de cidade e nunca viveu realmente esse amor. Tolinha ela.... la belle June. Talvez se a encontrássemos anos mais tarde ela estivesse arrependida dessa decisão. Por mais que possivelmente a econtrássemos feliz com um novo amor, tenho certeza que teria passado a vida pensando que aquele amor desperdiçado, por mais que não durasse, poderia ter sido uma linda história... e uma história real e bem diferente daquela que certamente povoou seus pensamentos por todos os demais anos de sua vida. Aquela que poderia ter sido e não foi. Ou poderíamos encontrar la belle June solteira e amarga, mas de qualquer forma arrependida de ter desperdiçado aquele sentimento, porque não encontrou outro amor em sua vida. Afinal, talvez fosse muito jovem para saber que amores não aparecem às dúzias na vida das pessoas.

Mas isso tudo é mera conjectura, afinal, não são todos os filmes que mostram a vida dos personagens 10 anos depois como Before Sunrise e Before Sunset (estes, sim, ótimos e dignos de recomendação). Ali o amor não foi desperdiçado... mas teve que esperar. Mas será que faz bem esperar? De uma perspectiva otimista: não; afinal, enquanto se espera por um amor pode-se estar desperdiçando muitos outros. De uma perspectiva pessimista: sim; afinal pode ser que seja o único amor da tua vida e se não esperares por ele estarás, igualmente, desperdiçando o amor. Escolha a sua resposta, eu já escolhi a minha!!!
MEMÓRIAS
Bah... se inferno astral existe, o meu começou bem antes do tempo! Desde junho que é só notícia ruim... e em agosto não está sendo diferente. Assim não tem otimismo, nem bom humor que supere... Tô cansada disso tudo... não quero mais brincar...
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MEMÓRIAS
Enfim... não que eu me ligue muito nisso, mas não dá para negar que o "festival" teve repercussões para muito além daquele acampamento em Bethel. Então, já que está a comemorar 40 anos... compartilho um vídeo do qual eu gosto:




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MEMÓRIAS
O que parecia tão igual, tá parecendo tão diferente... as coisas estão, lamentavelmente, ficando difíceis. Sempre brigas, sempre conflitos.... o que não importava passou a importar. Desculpa... mas eu faço História.... posso não saber muito, mas --juro-- que sei um pouco! E é ruim saber? Parece que para algumas pessoas é... "Tu que sabes tanto, então explica!" Naquele tom debochado. Pô... sei mesmo! Ao menos sei barrar os impropérios! Duvido que se alguém dissesse para um advogado que precisava apresentar memoriais antes da audiência de instrução no primeiro grau --como se fosse julgamento no TJ-- ele não fosse dizer algo! Ah... por favor!!! Tô cansada!!! Paciência tem limite!!! Ainda mais para aguentar esse tipo de conflito desnecessário. É tão difícil reconhecer ou admitir que eu sei algo diferente? Dez anos na faculdade de História têm de ter servido para algo... Tá aqui o registro da minha indignação!
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MEMÓRIAS

Pesquisando pelo youtube, localizei um videozinho bem legal com uma música do Caetano que eu não conhecia. E quanto ao Chico... até errando e desafinando eu gosto! 
 



Mas a Bethânia humilhou... os dois....





Onde queres revólver, sou coqueiro
E onde queres dinheiro, sou paixão
Onde queres descanso, sou desejo
E onde sou só desejo, queres não
E onde não queres nada, nada falta
E onde voas bem alto, eu sou o chão
E onde pisas o chão, minha alma salta
E ganha liberdade na amplidão

Onde queres família, sou maluco
E onde queres romântico, burguês
Onde queres Leblon, sou Pernambuco
E onde queres eunuco, garanhão
Onde queres o sim e o não, talvez
E onde vês, eu não vislumbro razão
Onde o queres o lobo, eu sou o irmão
E onde queres cowboy, eu sou chinês

Ah! Bruta flor do querer
Ah! Bruta flor, bruta flor

Onde queres o ato, eu sou o espírito
E onde queres ternura, eu sou tesão
Onde queres o livre, decassílabo
E onde buscas o anjo, sou mulher
Onde queres prazer, sou o que dói
E onde queres tortura, mansidão
Onde queres um lar, revolução
E onde queres bandido, sou herói

Eu queria querer-te amar o amor
Construir-nos dulcíssima prisão
Encontrar a mais justa adequação
Tudo métrica e rima e nunca dor
Mas a vida é real e de viés
E vê só que cilada o amor me armou
Eu te quero (e não queres) como sou
Não te quero (e não queres) como és

Ah! Bruta flor do querer
Ah! Bruta flor, bruta flor

Onde queres comício, flipper-vídeo
E onde queres romance, rock’n roll
Onde queres a lua, eu sou o sol
E onde a pura natura, o inseticídio
Onde queres mistério, eu sou a luz
E onde queres um canto, o mundo inteiro
Onde queres quaresma, fevereiro
E onde queres coqueiro, eu sou obus

O quereres e o estares sempre a fim  
Do que em mim é de mim tão desigual
Faz-me querer-te bem, querer-te mal  
Bem a ti, mal ao quereres assim  
Infinitivamente pessoal  
E eu querendo querer-te sem ter fim
E, querendo-te, aprender o total  
Do querer que há e do que não há em mim
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MEMÓRIAS
Falando no futuro do pretérito, tudo aquilo que aconteceria acaso não houvesse um evento fututo que o impedisse...

Eu queria não ter probelmas;  
Eu queria mudar o mundo;
Eu queria ser mais feliz;  
Eu queria ser mais inteligente;  
Eu queria saber tocar violão;  
Eu queria viver de ouvir música, escrever e dar aulas;
Eu queria que não houvesse inveja, nem ciúme no mundo;
Eu queria morar sozinha, mas ter a comida da minha mãe todos os dias;  
Eu queria conseguir ter liberdade sem perder minha identidade;  
Eu queria que o homem da minha vida aparecesse justamente na minha vida;
Eu queria que não tivesse tão frio;  
Eu queria saber desenhar melhor;  
Eu queria ser atriz;
Eu queria poder advogar e ganhar dinheiro com isso;
Eu queria minha madrinha de volta na minha vida;
Eu queria que meu pai não estivesse doente;
Eu queria que todas as pessoas fossem felizes;  
Eu queria ter um peugeot 207;
Eu queria que as pessoas se ocupassem mais de suas próprias vidas que da dos outros;  
Eu queria que as coisas fizessem mais sentido;
Eu queria um amor de primavera (como já disse o Chico); 
Eu queria casar com o Chico;
Eu queria poder viajar;
Eu queria conhecer o mundo;  
Eu queria ter ido a um show da Elis;  
Eu queria ter visto Tom, Vinícius, Toquinho e Miúcha no Canecão naquele show que hoje é histórico;
Eu queria conseguir me formar em História;  
Eu queria ter menos defeitos;  
Eu queria ser mais auto-suficiente;
Eu queria que todas as pessoas fossem boas;  
Eu queria que ser mulher e sentar em um bar sozinha não significasse mais do que aquilo que simplesmente é;
Eu queria que o fato de ir ao cinema sozinha não fosse tão triste aos olhos dos outros;
Eu queria que ter conseguido algumas coisas aos 27 anos nao fosse objeto de tanta inveja;
Eu queria ter mais saúde;
Eu queria não ser alérgica;  
Eu queria não ser míope;  
Eu queria não ser intolerante à lactose;
Eu queria poder comer um cheesecake de amora sem ter que tomar meu remédio;  
Eu queria ter outro emprego;
Eu queria ter o meu emprego sem ter que passar por tudo que estou passando;
Eu queria que as pessoas fossem mais sinceras;  
Eu queria que meu passado não me condenasse (não! isso eu não queria!);
Eu queria ser melhor do que eu sou;  
Eu queria ser mais amiga;  
Eu queria ter mais paciência;
Eu queria ser nada hipócrita;
Eu queria ser menos manipuladora;
Eu queria não ser tão otimista;
Eu queria um monte de coisas que não dá par escrever aqui... 
Enfim... eu queria!
 
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