MEMÓRIAS
tudo é uma questão de expectativas... só há decepção porque há expectativa, só há tristeza pelo mesmo motivo... com amizades, amores, profissão.... mas como seria a vida sem expectativa?? ..................................
Pois é... essa é uma reflexão recorrente em minha vida. Passei um bom tempo --mas um bom tempo mesmo-- dizendo que solução para todos os problemas era eliminar as expectativas.... afinal, sem expectativas não há frustrações.... mas também não há alegrias. Assim foi que defendi a vida de uma vida morna, do que nada se espera sendo lucro tudo que vier... MENTIRA!!! Isso não é possível!! Temos expectativas, esperanças, desejos, vontades, , ambições, aspirações... a ambição é ínsita ao ser humano. E é muito chato viver sem isso!!! Mas é muito fácil dizer que se pode viver sem isso... sem se ferir, sem dor, sem dúvida, sem angústia, sem frustração... É o que gostaríamos de não passar... mas que é necessário para crescer e para que a vida faça sentido. Imprescindível, até, para dar a exata importância para o que vem de bom que não era esperado e aquilo que vem de bom como resultado de uma conquista de um objetivo traçado e de um caminho longo percorrido em sua busca... Tá... mas isso serve para nossa relação com nós mesmos... mas e quando nos relacionamos com outras pessoas?? Será que vale a mesma conclusão?? Eu sempre penso isso em relação a amizades: acho uma baita sacanagem esperarmos que as pessoas [amigas] tenham determinadas atitudes quando nós mesmos não podemos saber ao certo de teríamos a tal esperada atitude acaso estivéssemos diante da mesma situação. Aí o que acontece? Cobrança.... cobrança de um comportamento, uma conduta --comissiva ou omissiva-- que, se não acontece como imaginamos que deveria acontecer provoca frustração de nossas expectativas sobre a relevância dessa amizade em nossa vida, o caráter dessa pessoa e quanto nos importa isso. A conclusão que cheguei é que esse tipo de pensamento é extremamente desleal: conosco e com os outros. Afinal, nem eles sabem de nossas expectativas, nem nós temos o direito de impor criticamente nosso imaginário do que seria uma conduta correta sobre o agir de outras pessoas. Mas fazemos isso. É fato. Será que vale à pena estragar uma amizade por isso?? Acho que não...
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MEMÓRIAS
Pois é... há dez anos atrás eu pensava que, dez anos mais tarde, eu seria muito mais do que sou hoje... que teria chegado muito mais longe do que cheguei... Sei lá... é estranho... é uma frustração de uma expectativa estranha, desigual e desleal: como competir contra quem você, há dez anos atrás, achava que ia ser?? Não há como!!! Mas, também, hoje, tenho a certeza que há dez anos atrás eu não tinha a menor noção do que era a vida, do que eram escolhas e renúncias. Definitivamente, eu não sabia que uma escolha correspondia a uma renúncia -- eu queria ser tudo!!! Não sou. Acho que me saí muito bem para a oportunidades e as responsabilidades que tive... mas não sou a metade --talvez seja a metade, sim-- do que pretendia ser. Enfim, sou o que sou e quero crer que minhas expectativas de 1998-99 eram irreais... senão, a frustração será maior ainda. Que estranho isso... como mudamos de opinião, inclusive --e principalmente-- em relação a nós mesmos. Dizem que todo mundo entra na faculdade achando que será Ministro do STF e se forma bem contente em ser assessor de Juiz... engraçado, não?! Bom... só sei que o que eu pensava sobre os 10 anos de formatura... o reencontro (que não aconteceu), como eu estaria... onde cheguei... não se concretizou. Bom ou ruim, real ou leal?? Não sei... mas a vida é o que é... e as escolhas foram feitas... bem ou mal.. mas foram feitas. Será que ainda podem ser desfeitas e modificadas?? Não sei.
MEMÓRIAS
Na verdade, foi o texto que escrevi na madrugada que me motivou a criar esse blog --que há muito eu já tinha pensado fazer. Então, lá vai:
madrugada... silêncio... escuto meus pensamentos, e somente eles --agora que desliguei a televisão. neste momento, eu sou meu juiz, meus valores dominam o mundo... e o mundo é meu! meu e de todas aquelas janelas com luzes acesas... cada um no seu mundo particular: sonhos não sonhados, vidas não vividas, amores desperdiçados ou não correspondidos... solidão -- talvez inquietude -- sempre amor -- remédio para a alma paixão -- remédio para o corpo indignação -- constante (é o que me faz sentir viva.. e viva com uma vida por viver e com o mundo por mudar). É.... eu ainda quero mudar o mundo!!!
MEMÓRIAS
Há um tempo atrás (um bom tempo atrás) eu vi um seriado e uma frase não saiu da minha cabeça: "A memória é uma narradora precária... não sei sei foi assim que aconteceu, mas foi assim que pareceu".
É sobre isso esta postagem inaugural: várias vezes, lembramo-nos de eventos de uma forma totalmente distorcida... e outras tantas vezes, com o passar o tempo, distorcemos o significado do nosso passado. Nunca ouviram a frase: "antigamente é que era bom: as crianças respeitavam os adultos, o dinheiro dava para pagar as contas, etc etc". MENTIRA!!! As crianças nunca respeitaram os adultos (podiam até temê-los) e o dinheiro do trabalhador nunca deu para pagar as contas!!! Assim, tem até gente que acha que na época da ditadura é que era bom!!! Bom pra quem?? Sei lá... acho que a vida nos leva a tanto lugares --física e emocionalmente-- que acabamos por mistificar o passado, tornando-o melhor do que realmente foi. Quando recebo aqueles e-mails direcionados a quem viveu os anos 80 --como eu-- me divirto horrores e sempre penso em como foi boa aquela época. Assim, inevitável concluir que acho muito sem graça a infância nos dias de hoje. Mas se formos pensar bem... não era tão divertido assim fazer prova com cheiro de álcool do mimeógrafo, nem ter que pesquisar horas na biblioteca até achar uma imagem para incluir no trabalho datilografado --imagem, esta, que teria de ser copiada em xerox p&b, apagada com borracha e colorida com lápis de cor. Da mesma forma, ouvi de uma amiga um pouco mais velha, que ela achava uma chatice a infância dos anos 80... que era muito melhor a dela: brincar na rua, fazer boneca de pano, sem televisão... Enfim, acho que a infância é um bom exemplo do quão precária é nossa memória como narradora: é um período tão simples e tão divertido (para a maioria das pessoas, pelo menos) que o tempo faz questão de eternizá-lo em nosso pensamento com a maior das nostalgias, transformando até o que não foi tão bom em algo delicioso de ser lembrado. Agora, muito cuidado com a memória!!!! Ela realmente é uma narradora precária. Por isso este blog: para não me deixar esquecer quem sou e o que penso...