MEMÓRIAS
E hoje, oficialmente, encerro este blog!

É retrato de uma época muito decisiva na minha vida e foi muito importante para mim naquele momento ter onde escrever.

Nesses anos (2009-2012) decidi várias coisas, mudei várias coisas e me adaptei à várias realidades diferentes que surgiram na minha frente.

Sou hoje muito diferente dessa pessoa que escreveu esses textos. Muitos sonhos se concretizaram por caminhos que nunca imaginei trilhar.

Só para constar:

(1) Fui a Paris, tomei café no Deux Magots de casacão e chapéu como sempre sonhei e descobri que o lugar realmente frequentado pelo Roberpierre não era o Deux Magotss e, sim, o Procope... também fui! Tomei chá com crème brulée (incrível!);

(2) Sim! Me formei em História Licenciatura e agora me formo em História Bacharelado (sim! tive que escrever outro TCC que novamente foi sobre partidos políticos);

(3) Encontrei o grande amor da minha vida! <3 p="">
(4) Continuo querendo ser professora um dia, mas meu sonho de viver da advocacia e ganhar dinheiro [suficiente] com isso se realizou!

(5) Nunca imaginei que um dia diria isso: mas ter deixado de ser servidora pública foi a melhor coisa que me aconteceu profissionalmente! E ter recusado um CC também!!! A instabilidade de parecer "dever um favor a alguém que não é quem te paga" não combina comigo! Prefiro conquistar minha estabilidade na iniciativa privada pela qualidade do meu trabalho!

(6) Não fico mais cobrando de mim mesma concretizar sonhos e expectativas de quem fui há 20 anos atrás! Tento somente encontrar a felicidade no presente. No dia de hoje!

(7) Moro sozinha e não tenho a comida da minha mãe todos os dias;

(8) Não sei mais o que sou, só sei que o que fui não sou mais!




MEMÓRIAS

Solidão, o silêncio das estrelas, a ilusão
Eu pensei que tinha o mundo em minhas mãos
Como um deus e amanheço mortal
E assim, repetindo os mesmos erros, dói em mim
Ver que toda essa procura não tem fim
E o que é que eu procuro afinal?
Um sinal, uma porta pro infinito, o irreal
O que não pode ser dito, afinal
Ser um homem em busca de mais, de mais...
Afinal, como estrelas que brilham em paz, em paz...
Solidão, o silêncio das estrelas, a ilusão
Eu pensei que tinha o mundo em minhas mãos
Como um deus e amanheço mortal
Um sinal, uma porta pro infinito, o irreal
O que não pode ser dito, afinal
Ser um homem em busca de mais...

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MEMÓRIAS
 "Quando olhaste bem nos olhos meus... o seu olhar era de adeus..."

A morte sempre me espantou e esse sentimento não desapareceu ou mesmo diminuiu com o passar do tempo. Até quando a morte já é esperada, cogitada como iminente, ela é surpreendente. É sempre uma certeza incerta.

E hoje eu vi um caixão. E hoje eu não quis nem olhar de perto o corpo sem vida de quem eu não me lembrava ter conhecido. E hoje não suportei o discurso do padre e não foi pelo aspecto religioso e, sim, pela extrema inconveniência de suas palavras. Saí. E, então, hoje eu vi mais um caixão, que estava sendo transportado fechado em um carrinho de metal e, antes disso, havia ficado alguns bons minutos dentro de um carro estacionado a minha frente sem que eu sequer imaginasse que ele lá estava. 

E isso me espantou ainda mais. De repente, comecei a ouvir todos e cada um dos sons a minha volta. Um turbilhão de ruídos. Prantos misturados a risadas, toques de celular abafados pelo barulho de motores, impressoras funcionando e mitigando o som da pedra sendo cimentada e pondo fim a vida que já havia se esvaído. Era tudo meio nauseante, atordoante, indiferente, demagógico, estranho. 

E mais estranho era o fato de que a morte daquele eu não lembrava ter conhecido não me  provocou qualquer tristeza ou sofrimento. Entretanto, minha presença naquele ritual não cumpria apenas uma obrigação social. Era, como eu, mais pretensiosa que isso. Queria oferecer algum conforto àqueles que realmente estavam sentido a dor dessa perda.

Ou seja, queria eu o impossível!! Afinal, a morte, assim como a vida, vem sempre de inopino e sempre surpreendentemente espantosa.


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MEMÓRIAS
Porto Alegre, 04 de junho de 2012

Madrinha,

Escrevo para dizer que hoje vivo em uma casa de paredes coloridas... esperei 29 anos por isso... mas me dei de presente uma casa de paredes coloridas.


Só que isso não basta. Queria poder te mostrar. Queria teus palpites que, provavelmente, eu não aceitaria; tuas cores que, provavelmente, eu não gostaria; tuas opiniões que, provavelmente, eu diria que consideraria mas faria o contrário.

Enquanto tu viveste eu sempre concordei; mas, hoje, penso que discordaríamos em muitas coisas. Teria de ser diferente nosso relacionamento, porque eu sou diferente. Provavelmente tu também serias. O tempo passou... e já foram longos 06 anos -- mas não teve um dia no qual eu não lembrasse ou pensasse em ti, ou no que tu achas sobre o que estou fazendo.

Tu não tens noção do quanto eu gostaria que realmente pudesse ler essa carta.

Essa coisa de saudade é uma droga. Eu olho minha casa todos os dias e fico feliz e triste ao mesmo tempo. Não tenho como não pensar que tu NUNCA verás! Eu NUNCA poderei te convidar pra jantar na minha casa. NUNCA.


Tu nunca verás eu ter comprado um carro, um apartamento, ido a 02 shows do Chico (como tu foste da Elis), ido a Montevideo, Buenos Aires. Nunca saberás que eu passei um ano novo maravilhoso na beira da praia em Copa, nem que fui sozinha ver o Fantasma da Ópera em SP (que combinamos ir juntas)... e chorei a peça inteira de saudades tuas.

Às vezes penso que tu tinhas uma noção muito clara do quanto eras (e és) importante. Às vezes acho que não. Tu fazes uma falta! Não acredito em coisa alguma após a morte. Acredito que termina. E terminou tua estada nesse planeta. Mas, pode ser clichê ou o que mais quiserem dizer, viverás sempre nas memórias do meu esquecimento.

Foste tudo que eu quis e tudo que eu precisei. TUDO! A tia genética e a MADRINHA escolhida...

Saudades muitas e infinitas,

MEMÓRIAS
“Eu só quero saber em qual rua minha vida vai encostar na tua...”

Passei anos buscando por uma esquina ou uma ponte que ligasse minha vida na tua. Nunca as encontrei, nossas vidas sempre foram paralelas. Não sei bem como nem por que, certo dia, as paralelas começaram a se afastar tal qual pernas de bailarina num espacate. E se afastaram tanto que formaram uma linha reta: tua vida continuação da minha, encostadas e juntas pra sempre. Problema resolvido.
MEMÓRIAS
"Há um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas, que já têm a forma do nosso corpo, e esquecer os nossos caminhos, que nos levam sempre aos mesmos lugares.
É o tempo da travessia. E, se não ousarmos fazê-la, teremos ficado para sempre, à margem de nós mesmos..."


Talvez seja Fernando Pessoa o autor da frase (não consegui confirmar com fontes confiáveis), mas me fez lembrar de Rosa e de mim. Estamos mudando... é tempo de travessia... 



MEMÓRIAS

Tem pessoas que falam a verdade, tem outras que não
Tem pessoas que dizem o que sentem, tem outras que não
Tem pessoas que não conseguem viver sem sinceridade, tem outras que sim

Quem fala a verdade paga um preço
Quem diz o que sente paga um preço
Quem é sincero paga um preço
E quem não faz qualquer dessas coisas também paga um preço: o da omissão
MEMÓRIAS
Nunca diga te amo se não te interessa.
Nunca fale sobre sentimentos se estes não existem.

Nunca toque numa vida se não pretende romper um coração.
Nunca olhe nos olhos de alguém se não quiser vê-lo se derramar em lágrimas por causa de ti.

A coisa mais cruel que alguém pode fazer é permitir que alguém se apaixone por você quando você não pretende fazer o mesmo.


Mário Quintana

MEMÓRIAS


-- vamos ao cinema?
-- sim.
-- alguma sugestão de filme?
-- não. escolhe.
-- melancolia no guion ás 17h50 (pensei que poderíamos ficar pela CB depois)
-- ok
(algumas horas depois)
-- nos encontramos às 17h no Bourbon Ipiranga (hein?)
-- não. guion.
(depois do filme, no guion)
-- vamos comer algo na olaria?
-- quem sabe vamos no Bourbon Ipiranga? (tu recebes comissão por isso ou é impressão?!)
-- não te preocupa, estou de carro. te levo em casa depois. mas vamos ficar por aqui.
-- ah... tu tem carro! (angry people)

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MEMÓRIAS
"Nesse exato momento não faço idéia de quem sou, o que sei é que, daqui a um tempo, um bom tempo, vou lembrar de hoje e ter a certeza de quem fui. Assim como nos tempos de escola..."

Tenho indicação que a autoria é da Martha Medeiros, mas não consegui confirmar com uma fonte confiável. Enfim.... não sou muito fã dela, não. Mas a frase é verdadeira.

É sempre mais fácil definir quem fomos do que quem somos. O tempo e o fato de não mais sermos nos dá uma certeza incrível. É mais confortável (acho que essa é a palavra) definirmos aquilo que não mais somos. Difícil é enfrentar a realidade do atual, presente. O que realmente somos e, às vezes, preferiríamos não ser.

 Vai saber!


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