MEMÓRIAS
Essa semana ouvi duas coisas que, somadas, fizeram sentido para mim. A primeira, foi uma música horrorosa que ouvi na oficina mecânica enquanto esperava que dessem um jeito no meu carro para que eu pudesse voltar a Porto Alegre, dizia assim (e eu anotei...): "ficar sozinho não rola, mas amor não se implora... nem se joga fora". Passou a semana toda e, hoje, assisti um filme francês bem legalzinho (mas também não é assim tão bom que mereça recomendações), "La Belle Personne", que passou no Brasil como "La Belle June". Eu vou contar o final do filme, então, quem não quiser saber, pare de ler agora (jura que alguém realmente lê... hehehe).

Ela, a June, achou que estava apaixonada pelo cara errado, embora o sentimento dele fosse recíproco --também estava apaixonado, só que ele achava que ela era a mulher certa. Ela ficou com medo de que esse amor não durasse para sempre, porque sabia que nada dura. Então, como forma de eternizar esse sentimento, ela foi embora, mudou-se de cidade e nunca viveu realmente esse amor. Tolinha ela.... la belle June. Talvez se a encontrássemos anos mais tarde ela estivesse arrependida dessa decisão. Por mais que possivelmente a econtrássemos feliz com um novo amor, tenho certeza que teria passado a vida pensando que aquele amor desperdiçado, por mais que não durasse, poderia ter sido uma linda história... e uma história real e bem diferente daquela que certamente povoou seus pensamentos por todos os demais anos de sua vida. Aquela que poderia ter sido e não foi. Ou poderíamos encontrar la belle June solteira e amarga, mas de qualquer forma arrependida de ter desperdiçado aquele sentimento, porque não encontrou outro amor em sua vida. Afinal, talvez fosse muito jovem para saber que amores não aparecem às dúzias na vida das pessoas.

Mas isso tudo é mera conjectura, afinal, não são todos os filmes que mostram a vida dos personagens 10 anos depois como Before Sunrise e Before Sunset (estes, sim, ótimos e dignos de recomendação). Ali o amor não foi desperdiçado... mas teve que esperar. Mas será que faz bem esperar? De uma perspectiva otimista: não; afinal, enquanto se espera por um amor pode-se estar desperdiçando muitos outros. De uma perspectiva pessimista: sim; afinal pode ser que seja o único amor da tua vida e se não esperares por ele estarás, igualmente, desperdiçando o amor. Escolha a sua resposta, eu já escolhi a minha!!!
1 Response
  1. Anônimo Says:

    "Não esperes esperando, espera vivendo."


Postar um comentário

Obrigada pela visita...