MEMÓRIAS
As pessoas adoram dizer que concordam com aquela idéia de que somos inteiros e que não precisamos de ninguém que nos complete. E acho que, conscientemente, realmente concordam. Mas, sentimentalmente, não. Em dias de chuva, pensam em como seria bom estar com alguém assistindo um filme em casa, embaixo das cobertas; em dias de sol, pensam em como seria bom estar com alguém tomando um chimarrão no parque... Ou seja, em todos os dias seria bom ter alguém...
 
Mas, não somos a exceção, somos a regra. Então, não basta desejar que alguém apareça justamente na nossa vida, pois isso não acontece. Parece que para algumas pessoas as coisas acontecem e para outras não. Fadadas, estas, à solidão? Não sei. É possível ser feliz sozinho? Acho que sim. Mas com uma coisa tenho que concordar: é uma droga querer alguém e não ter... mesmo que este alguém nem seja uma pessoa específica, seja simplesmente "alguém". Mas onde procurar? Ou melhor, onde encontrar? Porque procurar as pessoas todas procuram nos mesmos lugares --balada, boteco, restaurante, faculdade, trabalho-- o problema é achar. Mas aí está a questão: cada vez mais acredito que relacionamentos desse tipo (mais duradouros) acontecem para algumas pessoas... e, para outras, não. Simples assim: NÃO acontece! E

por que será isso? Não adianta, não se tem resposta para tudo na vida. Isso é umas das coisas que ficam sem resposta. Mas eu tenho um palpite: acho que é como um "dom" que algumas pessoas têm e outras não. Afinal, temos diversas características bem específicas que definem nossa personalidade e, algumas delas, são esses tais de "dons" que alguns tem... como saber desenhar, tocar algum instrumento, ser bom em matemática, etc. Quando eu estava no colégio, por mais que eu me esforçasse nas aulas de artes, os meus desenhos ficavam direitinhos depois de horas e dias de trabalho, mas eram nada se comparados aos desenhos que uns colegas faziam em 15 minutos. E o que é isso? Dom. Que eles tinham, e devem ter até hoje, e eu nunca tive. E não tem esforço que supere a ausência de um dom.
 
Algumas das características que nos definem são construídas por nós mesmos ao longo da vida, mas muitas coisas as pessoas simplesmente são e não adianta tentar mudar. E dom é dom, ou se tem ou não. Resta-nos, pois, resignadamente, aprender a viver da forma como somos, com ou sem o tal "dom".
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