MEMÓRIAS
Estava eu, sem sono, às 5h30 da manhã. Preocupada porque o litro de água que levei para o quarto para tomar durante à noite havia acabado. Levantei, servi mais água e resolvi ligar a TV. A única coisa que não era religião ou tele-curso era um jornal. Aliás, esse jornal é o que eu mais tenho assistido nos últimos tempos de insônia freqüente. Agora o que me irritou a tal ponto que me fez levantar e vir escrever aqui foi uma propaganda do Ministério da Educação dizendo que o ProUni é uma revolução na educação brasileira

Cara.... qual é a idéia que essa gente tem de revolução? Veja: quando o direito à educação básica não era direito público subjetivo previsto em Constituição, a atuação do Estado era exatamente esta. Comprar vagas em colégios particulares para aqueles que ficassem excluídos da escola pública por falta de vagas e recorressem ao Judiciário. Ou seja, em vez de investir no aumento da vagas e na melhora da estrutura da escola básica, era mais barato e mais fácil, comprar vagas na rede particular. E lá se vão muuuuuitos anos. 

Pois bem... atualmente, o ensino universitário não é direito público subjetivo, ao contrário, ocorre segundo a capacidade de cada um (o que, no meu ponto de vista, torna o sistema de quotas inconstitucional por criar níveis distintos de avaliação dessa capacidade --mas isso é assunto para outra postagem). Assim, com o ProUni, a única coisa que o Estado está a fazer é retroceder mais de 70 anos na legislação educacional e repetir um modelo que já comprovou não dar certo. Está, em verdade, comprando vagas nas universidades particulares para aqueles que a universidade pública não consegue absorver. Ou seja, novamente, em vez de investir na estruturação e no aumento de vagas da universidade pública, compra vagas na rede privada. 

Isso é um absurdo que me indigna muito e mais ainda ter que ouvir na propaganda do Ministério da Educação que isso é uma revolução!!!! Ora ora ora.... pra cima de mim, não!
 
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